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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Samba do Crioulo Doido

Carnaval também é época de recordar, e gostaria de lembrar aqui um dos sambas mais interessantes de que me lembro e que há muitos carnavais não escuto.
Cantado, inicialmente, pelos inconfundíveis Demônios da Garoa, depois regravado por outros grupos, e escrito, pasmem, por Stanislaw Ponte Preta, é ele mesmo o velho Sérgio Porto.
Relembrem, vale a pena.
Fico imaginando o que o Sérgio Porto escreveria hoje, se aqui estivesse...

Samba do Crioulo Doido
Composição: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes
Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá iá
O bode que deu vou te contar
Joaquim José
Que também é Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Da. Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também
O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Reflexão de Charles Chaplin I

“Durante a nossa vida:
Conhecemos pessoas que vem e que ficam, outras que, vem e passam.
Existem aquelas que, vem, ficam e depois de algum tempo se vão.
Mas existem aquelas que vem e se vão com uma enorme vontade de ficar...”

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha,
porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha, e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova
de que as pessoas não se encontram por acaso."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Até Quando?

Faixa de Gaza

Até quando?
dores morais,
guerras em nome de deus?

Até quando?
cidades cemitérios,
vagam almas meio vivas...

Até quando?
seres loucos cheirando a morte,
"humanos"? apenas em palavra...

Casa na Faixa de Gaza

Até quando?
estilhaços de metal
misturados à carne humana?

Até quando?
órfãos mendigando amor,
crianças armadas de ódio?

Até quando?
gemidos, dor, agonia
o Umbral é aqui...

Umbral

Até quando?
Até quando, homem imperfeito?...
Criado à imagem de Deus?

“Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?” André Luiz

Perséfone Hades
Publicado em
http://www.usinadaspalavras.com/ler.php?txt_id=83101

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Trincheira


Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
do vermelho por entre verdes
a agonia deste odor

Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
de um coração que pulsa
rodeado de estilhaços de aço

Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
sem aviso voa mais uma granada
macula o verde que resta

Chão pesado, pesado chão entre trincheiras
no mais refinado perfume
sinto o cheiro do homem...

Escrito por Perséfone Hades (Bia Unruh)
Publicado em http://www.usinadaspalavras.com/ler.php?txt_id=81215

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Parece que foi Ontem...

"A um passo das estrelas, o dia da morte do homem?

Enquanto milhões de seres humanos carecem de condições de vida e o nosso habitat está a beira do colapso total, o inabalável homem norte-americano gasta milhões de dólares com o espaço sideral, sem olhar a sua volta, sem querer saber se milhares de seres humanos morrem de fome, ou se seu planeta sobreviverá à exploração inadequada e contínua.

O que busca este homem? Avança na ciência e tecnologia e se esquece de aplicar este conhecimento para explorar de forma consciente o potencial de sua própria casa. A Terra é rica e fértil, dá-nos tudo de que necessitamos sem reclamar, e ainda é uma desconhecida para nós, por que necessitamos procurar qualquer outra coisa no Universo?

É chegada a hora de agir contra determinados condicionamentos: limpando nossa casa, arrumando-a e ajudando os que se encontram em piores condições, somos todos irmãos filhos da mesma Terra.

O homem se encontra massificado("hoje está globalizado") e massacrado, embora tão evoluído tecnologicamente, é imaturo para equacionar e resolver seus problemas do aqui e agora.

Ficamos com milhares de soluções bailando a nossa volta, o Terceiro Mundo morrendo à mingua e os países ditos desenvolvidos buscando futuros impérios no espaço para serem escravizados..."

Escrevi este pequeno texto revoltado, nos anos 70, mais precisamente em 1975. Era a época da expansão espacial.

Eu tinha dezoito anos, e estava fazendo cursinho para o vestibular e escrevia, pois não podia falar, afinal ainda estávamos na repressão e vigorava o AI5, tudo que vivíamos doía tremendamente. A adolescência em conflito e o mundo de ponta cabeça que me perturbava com seus gritos.


Era o ano internacional da mulher, muito embora nós ainda hoje (e já se foram 33 anos) sejamos discriminadas em muitos pontos do planeta. Países como Nova Guiné, Moçambique e Angola tornaram-se independentes de seus colonizadores, mas não independentes da pobreza e exploração pelos mais ricos, que se mantém até os nossos dias...Cenas de crianças morrendo de fome em vários dos países subdesenvolvidos eram comuns, as fotos dos mortos no Vietnã arrasavam-nos, o homem já tinha ido à Lua, mas era incapaz de contornar seus problemas domésticos.Acabava a guerra do Vietnan, depois de 16 longos anos e milhões de mortes e centenas mortos-vivos que voltaram às suas origens, mas nunca esqueceram o que passaram lá. Os EUA saíram derrotados, porém iniciaram novas tecnologias de guerra, com o uso de armas químicas como o agente laranja e o napalm.No Brasil, era presidente o General Ernesto Geisel, e começava a queda do regime militar, após a prisão e assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI em São Paulo. A telenovela Roque Santeiro de Dias Gomes, foi proibida de ir ao ar, apesar de já ter passado pela censura da ditadura militar.
Nascia Angelina Jolie (atriz americana), Sean Lennon(filho de John Lennon e Yoko Ono), Ana Paula Arósio, Rodrigo Santoro e Dalton Mello(atores barsileiros).
Morria Haile Selassie (imperador da Etiópia, admirado pelos adeptos da cultura rastafári); Francisco Franco (ditador espanhol); Érico Veríssimo (escritor brasileiro); Plínio Salgado (político e jornalista brasileiro, fundador da Ação Integralista Brasileira) e Dante Pazzanese (cardiologista brasileiro).
Foi lançado o primeiro computador doméstico. O movimento hippie estava a toda no Brasil, embora me parecesse meio alienado, mais preocupado com os psicodelismos, procurando não estar muito ligado aos problemas políticos da época, exceto por uns poucos. O medo era uma constante, então dirigíamos nossas revoltas para o mundo exterior.
Como desde há muito, os EUA eram o foco, pois a sua política intervencionista mostrava garras afiadas e crescia silenciosa, nos países do chamado Terceiro Mundo, até desabrochar em novas guerras; que para mim tinham como única finalidade fazer mais e mais dinheiro, para um país que não conhecia como não conhece hoje, os seus limites... John Lennon tinha trinta e poucos anos e depois de ter cantado a paz e ter-se tornado um ícone dela para a juventude da época, recebe seu filho Sean e torna-se recluso por 5 anos, só reaparecendo em 1980, e quando se reintegrava à carreira foi covardemente morto por um maluco. Assim meus ídolos e esperanças começaram a desaparecer.
2008
Já se foram mais de trinta anos e nada mudou...

Hoje não temos o Vietnã, mas temos o Oriente Médio, as armas químicas são o medo do momento. A guerra hoje ocorre on line e em tempo real, você não precisa ir ao cinema para ver cenas de pessoas mutiladas ou mortas por bombas.
Nossos irmãos em vários locais do mundo continuam morrendo de fome, porém o dinheiro pelas guerras ainda vem fácil e continua a ciclar em prol das armas e guerras. As drogas hoje são muito mais comuns, e pasmem aceitas em alguns locais do mundo, além de manter o dinheiro da violência crescendo.
O homem parou de ir ao espaço, e tornou-se exímio em destruir a própria casa, há poluição de todos os tipos, várias doenças apareceram ou reapareceram nos notificando que precisamos mudar, mas a destruição continua. A Mãe Terra reclama, ocorrem transtornos ecológicos em todo o planeta; os furacões, terremotos e maremotos tornaram-se piores, apesar de sua predição científica ser bem precisa, a destruição tem sido maior devido aos grandes conglomerados populacionais. Temos mares revoltados por terremotos de quando em quando destruindo países inteiros. O governo dos EUA continuam suas intervenções, piorando muito a qualidade de vida daqueles que diz proteger. O desrespeito continua sendo sua marca registrada, milhões de dólares continuam sendo gastos em coisas desnecessárias e até lesivas para o planeta.
O Terceiro Mundo hoje é chamado de “Países em Desenvolvimento”, uma forma de manipular as palavras para que o homem não perceba que o conteúdo é o mesmo, pois continuam sendo vistos como inferiores pelos ditos desenvolvidos.
Até quando este nosso belo planeta agüentará a desfaçatez deste homem que é a única espécie capaz destruir tudo a sua volta e o próprio irmão? Talvez por isso mesmo Deus tenha nos vetado(pelo menos em parte) a exploração do espaço...
Até quando o homem vai ignorar a realidade: somos todos irmãos no mesmo barco.Pensei ter começado a perder minhas esperanças quando meus ídolos começaram a desaparecer, porém me descubro pensando que ainda dá tempo de abraçar o planeta e cada ser sobre ele, e comungar com o divino dentro de nós mesmos, que ainda dá tempo de nos recuperarmos, que muitos pensam como eu e oram todos os dias para um mundo melhor.Escrito por Perséfone Hades(Bia Unruh)
Publicado em
http://www.usinadaspalavras.com/ler.php?txt_id=79268