
Enquanto milhões de seres humanos carecem de condições de vida e o nosso habitat está a beira do colapso total, o inabalável homem norte-americano gasta milhões de dólares com o espaço sideral, sem olhar a sua volta, sem querer saber se milhares de seres humanos morrem de fome, ou se seu planeta sobreviverá à exploração inadequada e contínua.
O que busca este homem? Avança na ciência e tecnologia e se esquece de aplicar este conhecimento para explorar de forma consciente o potencial de sua própria casa. A Terra é rica e fértil, dá-nos tudo de que necessitamos sem reclamar, e ainda é uma desconhecida para nós, por que necessitamos procurar qualquer outra coisa no Universo?
É chegada a hora de agir contra determinados condicionamentos: limpando nossa casa, arrumando-a e ajudando os que se encontram em piores condições, somos todos irmãos filhos da mesma Terra.
O homem se encontra massificado("hoje está globalizado") e massacrado, embora tão evoluído tecnologicamente, é imaturo para equacionar e resolver seus problemas do aqui e agora.
Ficamos com milhares de soluções bailando a nossa volta, o Terceiro Mundo morrendo à mingua e os países ditos desenvolvidos buscando futuros impérios no espaço para serem escravizados..."
Escrevi este pequeno texto revoltado, nos anos 70, mais precisamente em 1975. Era a época da expansão espacial.
Eu tinha dezoito anos, e estava fazendo cursinho para o vestibular e escrevia, pois não podia falar, afinal ainda estávamos na repressão e vigorava o AI5, tudo que vivíamos doía tremendamente. A adolescência em conflito e o mundo de ponta cabeça que me perturbava com seus gritos.




Nascia Angelina Jolie (atriz americana), Sean Lennon(filho de John Lennon e Yoko Ono), Ana Paula Arósio, Rodrigo Santoro e Dalton Mello(atores barsileiros).
Morria Haile Selassie (imperador da Etiópia, admirado pelos adeptos da cultura rastafári); Francisco Franco (ditador espanhol); Érico Veríssimo (escritor brasileiro); Plínio Salgado (político e jornalista brasileiro, fundador da Ação Integralista Brasileira) e Dante Pazzanese (cardiologista brasileiro).
Foi lançado o primeiro computador doméstico.

Como desde há muito, os EUA eram o foco, pois a sua política intervencionista mostrava garras afiadas e crescia silenciosa, nos países do chamado Terceiro Mundo, até desabrochar em novas guerras; que para mim tinham como única finalidade fazer mais e mais dinheiro, para um país que não conhecia como não conhece hoje, os seus limites...

2008
Já se foram mais de trinta anos e nada mudou...
Hoje não temos o Vietnã, mas temos o Oriente Médio, as armas químicas são o medo do momento. A guerra hoje ocorre on line e em tempo real, você não precisa ir ao cinema para ver cenas de pessoas mutiladas ou mortas por bombas.
Nossos irmãos em vários locais do mundo continuam morrendo de fome, porém o dinheiro pelas guerras ainda vem fácil e continua a ciclar em prol das armas e guerras. As drogas hoje são muito mais comuns, e pasmem aceitas em alguns locais do mundo, além de manter o dinheiro da violência crescendo.
O homem parou de ir ao espaço, e tornou-se exímio em destruir a própria casa, há poluição de todos os tipos, várias doenças apareceram ou reapareceram nos notificando que precisamos mudar, mas a destruição continua. A Mãe Terra reclama, ocorrem transtornos ecológicos em todo o planeta; os furacões, terremotos e maremotos tornaram-se piores, apesar de sua predição científica ser bem precisa, a destruição tem sido maior devido aos grandes conglomerados populacionais. Temos mares revoltados por terremotos de quando em quando destruindo países inteiros.

O Terceiro Mundo hoje é chamado de “Países em Desenvolvimento”, uma forma de manipular as palavras para que o homem não perceba que o conteúdo é o mesmo, pois continuam sendo vistos como inferiores pelos ditos desenvolvidos.
Até quando este nosso belo planeta agüentará a desfaçatez deste homem que é a única espécie capaz destruir tudo a sua volta e o próprio irmão? Talvez por isso mesmo Deus tenha nos vetado(pelo menos em parte) a exploração do espaço...
Até quando o homem vai ignorar a realidade: somos todos irmãos no mesmo barco.


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