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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Reflexões - Saint-Exupéry 3


"A pedra não tem esperança de ser outra coisa que não pedra. Mas, ao colaborar, ela se congrega e se torna templo."





domingo, 17 de janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Diversidade


"Unificar é ligar melhor as diversidades particulares, e não apagá-las em prol de uma ordem vã"
(Cidadela - Saint-Exupéry)






sábado, 16 de maio de 2009

Reflexões - Sentimentos

 Michael-neumann

"Fiquei a meditar muito tempo na muralha. É em ti que a verdadeira muralha existe."(Cidadela - Saint-Exupéry)

Cada pedra desta muralha é colocada com muito cuidado durante toda a nossa vida, e nós as cultivamos como se não fossem ervas daninhas... E, por vezes, tornamos a muralha intransponível para nós mesmos...

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São pedras carregadas de raiva, ódio, tristeza, mágoa, egoísmo, angústia, cólera, contrariedade, rejeição, remorso, irascibilidade, repulsa, medo, terror, vergonha, abatimento,  pouco-caso, ressentimento, menosprezo, aborrecimento, fúria, aversão, ira, acabrunhamento, melancolia, acanhamento, inveja, decepção, animosidade, antipatia, frustração, apreensão, asco,  cisma, contragosto, dor, irritação,   desapontamento, desassossego,  desencanto, horror, desgosto, desilusão, furor, implicância, melindre, insatisfação, nervosismo, insegurança, mortificação,  nojo, pavor, pieguice, sofrimento, tédio, temor.

Sempre me pergunto porque é tão difícil  limpar cuidadosamente cada uma destas pedras e transformá-las em amor, felicidade, esperança, amizade, estima, fraternidade, piedade, encanto, ternura, segurança, simpatia, entusiasmo, compaixão, harmonia, apreço, gratidão, amor-próprio, prazer, afeto, admiração; e quem sabe construir um belo templo interior.

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Que haja LUZ!!!

Perséfone Hades pulindo suas pedras...

 

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Reflexões - Saint Exupèry

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“Aceito provisòriamente as verdades contraditórias do soldado que procura ferir e do médico que tenta curar, embora ao meu nível não se possa distinguir delas o fecho da abóbada. Longe de mim conciliar numa beberagem morna bebidas geladas e bebidas a ferver. Não gosto que firam ou curem moderadamente. Castigo o médico que nega os seus cuidados, castigo o soldado que evita magoar. E pouco importa a mim que as palavras se desafiem! Acontece que só essa armadilha, cujos materiais são diversos, apanha na unidade a minha presa, isto é, determinado homem dotado de certas virtudes e não outro.

“Procuro às apalpadelas as tuas divinas linhas de força e, na falta de evidências que não são próprias da minha condição, digo que tenho razão na escolha dos ritos do cerimonial, se acontece que eles me libertam e me deixam respirar. Assim o meu escultor, Senhor, que dá certa dedada à esquerda, embora não saiba dizer por quê. Só assim parece carregar o seu barro de poder.

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“Caminho para ti, à maneira da árvore que se desenvolve segundo as linhas de força da sua semente. O cego, Senhor, não sabe nada do fogo. Mas há, no fogo, as linhas de força sensíveis nas papilas. E ele caminha através das silvas, porque toda a metamorfose é dolorosa. Senhor, eu vou até junto de ti, ao abrigo da tua graça, ao longo da encosta que faz uma pessoa realizar-se.

“Tu não desces até junto da tua criação e eu, para me instruir, só passo contar com o calor do fogo ou a tensão da semente. E o mesmo a lagarta, que não sabe nada das asas. Não é a marionete que me há de informar das aparições de arcanjos. Dir-me-ia ela alguma coisa que valesse a pena? É inútil falar de asas à lagarta, como é inútil falar de navio ao forjador de rebites. Basta que existam, pela paixão do arquiteto, as linhas de força do navio. Pelo sêmen, as linhas de força das asas. Pela semente, as linhas de força da árvore. E que tu, Senhor, simplesmente existas.

“Glacial, Senhor, é por vezes a minha solidão. No meio do deserto do abandono, cheguei a pedir um sinal. Mas tu me iluminaste um dia, por meio de um sonho. Fiquei a compreender que todo o sinal é vão, porque, se tu és da minha ordem, não me obrigas a crescer. E que haveria eu de fazer de mim, Senhor, tal como sou?

“É por isso que continuo a caminhar. Vou elaborando orações novas, que nunca obtêm resposta. Tão cego estou que só um fraco calor nas minhas papilas murchas me guia. Apesar disso louvo-te, Senhor, por não me responderes. Se eu encontrasse o que procuro é porque teria acabado de me realizar.

“Se tu gratuitamente desses o passo de arcanjo na direção do homem, o homem ver-se-ia terminado. Não serraria mais, não forjaria mais, não combateria mais, não curaria mais.

"Não mais varreria o quarto, nem acariciaria a amada. Dar-se-ia porventura ele ao trabalho de te honrar com a sua caridade através dos homens, se te contemplasse? Depois de construído o templo, passo a ver o templo e não as pedras.

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“Senhor, sinto-me tão velho e tão fraco como as árvores quando o inverno sopra. Farto dos meus inimigos e dos meus amigos. Pouco satisfeito, ao pensar que me vejo obrigado a matar e a curar ao mesmo tempo. É que me fazes sentir a necessidade de dominar todos os constrangimentos que tornam tão cruel a minha sorte. E, no entanto, constrangido a subir do menor número de problemas até à morte dos problemas, até ao teu silêncio.

“Digna-te, Senhor, para tua glória, estabelecer na unidade aquele que repousa a norte do meu império e foi meu inimigo amado, e o geômetra, o único verdadeiro, meu amigo, e eu próprio, que já passei, ai de mim!, a crista da montanha e deixo para trás, como que na vertente vencida, a minha geração. Digna-te adormecer-me nas profundidades dessas areias desertas onde trabalhei tanto”.

(Cidadela – capítulo CCXIII – Antoine de Saint-Exupéry)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Reflexões - Saint-Exupery II

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"Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade". (Cidadela - capítulo CLXX)

Aqui estamos, nesta Terra maravilhosa, em que o Criador nos empresta recursos para nossa evolução.

Tudo que está sobre o planeta, tudo o que conseguimos construir de material, são apenas os meios que temos à mão para enriquecer nossa alma imortal.

Não nos iludamos, pois nada poderemos levar daqui, que não sejam as experiências e os ensinamentos que destas absorvemos.

Quando assim nos comportamos, ascendemos em espirais de Luz ao Universo infinito, unimo-nos a este Criador que também evolui através de nós...

Perséfone Hades (Bia Unruh)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Reflexões - Saint-Exupery I

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"Se julgas que a própria árvore vive para a árvore que ela é... é sinal de que nem sequer vislumbras o que é alegria. A árvore é fonte de sementes aladas e vai-se transformando e alindando de geração em geração. Ela caminha, não a tua maneira, mas como um incêndio dirigido pelos ventos. Se plantares um cedro no alto de uma montanha, verás a floresta deambular lentamente ao longo dos séculos. Se julgasse o que é, que é que a árvore se julgaria? Julgar-se-ia raízes, tronco e folhagem. Julgaria servir-se a si própria ao plantar suas raízes, ela que não passa de via e passagem. A terra através dela casa-se com o mel do sol, desabrocha em botões, abre-se em flores, compõe sementes, e a semente leva consigo a vida, como um fogo preparado mas invisível ainda". (Cidadela, capítulo CXCII)

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Assim, nós humanos, se em harmonia com o Universo que nos criou, somos como esta árvore, embelezamo-nos a cada geração.

Se cuidamos para que tudo seja melhor para nossos filhos, estamos certamente melhorando a nós mesmos e a tudo a nossa volta,  para a próxima estadia na vida terrena.

Não nos julguemos o que somos nesta vida curta, que por hora passamos, há muito mais de onde viemos, assim o Criador nos deu a chance de crescermos a cada novo dia e a cada nova vida.

Cada nova experiência prepara-nos com este fogo da vida, e vamos em direção à perfeição, forjamos nossa alma imortal na busca constante no aqui-agora, mas não só nele, já que nosso espírito passa por várias vidas, e a cada nova experiência estamos um passo mais próximos de nosso Criador.

Perséfone Hades (Bia Unruh)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A Morte


"Só o que a morte escolheu, entretido a vomitar o sangue ou a conservar as entranhas, descobre esta verdade: não há horror algum na morte. O próprio corpo se lhe antolha instrumento doravante inútil. Como já não serve para nada, tem de o pôr de parte. Corpo desmantelado, objeto de ostensiva deterioração. E, se esse corpo tem sede, o moribundo só vê nele uma ocasião de sede, de que, aliás, gostaria de se ver livre. E tornam-se inúteis todos os bens que serviam para preparar, alimentar, festejar essa carne semi-estrangeira, afinal mera propriedade doméstica, como o burro atado à sua argola.
Começa então a agonia, que não passa do balanço de uma consciência ora vazia ora cheia das marés da memória. Vão e vêm como o fluxo e o refluxo, trazendo, da mesma sorte que tinham levado todas as provisões de imagens, todas as conchas da recordação, todos os búzios de todas as vozes ouvidas. Sobem, banham de novo as algas do coração, e aí temos todas as ternuras reanimadas. Mas o equinócio prepara o refluxo decisivo, o coração se esvazia, a maré e as suas provisões reentram em Deus."
Antoine de Saint-Exupéry (Cidadela)