1968-Geraldo Vandré
Grandes poetas fazem parte do nosso cancioneiro, e estão tão esquecidos, mas vale lembrá-los.
Um destes é Geraldo Vandré, conhecido pela suas composições, "Disparada" (1966) e "Prá não dizer que não falei de flores" (1968), apresentadas no Festival de Música Popular Brasileira na antiga Tv Record; tem outras poesias belíssimas com a força, o amor e o lirismo do homem nordestino e do poeta que deu "a cara a bater" para a Ditadura Militar.
Geraldo Pedrosa de Araújo Dias é paraibano de João Pessoa (1935), veio ao Rio de Janeiro em 1951 para cursar a faculdade de direito e foi militante estudantil da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em 1968 foi obrigado a exilar-se indo para o Chile e França, voltando ao Brasil em 1973. Hoje vive em São Paulo e ainda compõe. (Wikipédia)
Réquiem para Matraga
(Geraldo Vandré)
Vim aqui só prá dizer
Ninguém há de me calar
Se alguém tem que morrer
Que seja prá melhorar
Tanta vida prá viver
Tanta vida a se acabar
Com tanto prá se fazer
Com tanto prá se salvar
Você que não me entendeu
Não perde por esperar
A Procissão - Marisa c. Eberhardt
Canção Nordestina
(Geraldo Vandré e Luiz Roberto)
Que sol quente, que tristeza
Que foi feito da beleza
Tão bonita de se olhar
Que é de Deus e a natureza
Só esqueceram com certeza
Da gente desse lugar
Olha o padre com a vela na mão
Tá chamando prá rezar
Menino de pé no chão
Já não sabe nem chorar
Reza uma reza comprida
Prá ver se o céu saberá
Mas a chuva não vem não
E essa dor no coração
Ai, quando é que vai se acabar
Quando é que vai se acabar
Fica Mal com Deus
(Geraldo Vandré)
Fica mal com Deus
Quem não sabe dar
Fica mal comigo
quem não sabe amar
Pelo meu caminho vou
Vou como quem vai chegar
Quem quiser comigo ir
Tem que vir do amor
Tem que ter prá dar
Vida que não tem valor
Homem que não sabe dar
Deus que se descuide dele
O jeito a gente ajeita
Dele se acabar
Fica mal com Deus
Quem não sabe dar
Fica mal comigo
quem não sabe amar