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domingo, 14 de março de 2010

Poetas Brasileiros VII - Martinho da Vila




Ele é talvez um dos mais importantes sambistas vivos deste País; levando sempre nossa cultura onde quer que tenha passado.
Martinho da Vila além de compositor de sambas inesquecíveis que falam de amor e da história de nossa gente, é também, para quem não sabe, escritor tendo publicado alguns livros.
Grande poeta cantando em verso e prosa estes Brasis a fora.
Obrigada poeta!



Tribo dos Carajás


Tribo dos carajás
Noite de lua cheia
Aruanã!
Menina moça é que manda na aldeia
A tribo dança e o grande chefe pensa
Em sua gente
Que era dona deste imenso continente
Onde sonhou sempre viver da natureza
Respeitando o céu
Respirando o ar
Pescando nos rios
E com medo do mar

Estranhamente o homem branco chegou
Pra construir, pra progredir, pra desbravar
E o índio cantou
O seu canto de guerra
Não se escravizou
Mas está sumindo da face da Terra

Aruanã! Aruanã açu
É a grande festa
De um povo do alto - Xingu




Tribo Onde o Brasil aprendeu a liberdade


Aprendeu-se a liberdade
Combatendo em Guararapes
Entre flechas e tacapes
Facas, fuzis e canhões
Brasileiros irmanados
Sem senhores, sem senzala
E a Senhora dos Prazeres
Transformando pedra em bala
Bom Nassau já foi embora
Fez-se a revolução
E a festa da Pitomba é a reconstituição
Jangadas ao mar
Pra buscar lagosta
Pra levar pra festa
Em Jaboatão
Vamos preparar
Lindos mamulengos
Pra comemorar a libertação
E lá vem maracatu
Bumba-meu-boi, vaquejada
Cantorias e fandangos
Maculelê, marujada
Cirandeiro, cirandeiro
Tua hora é chegada
Vem cantar essa ciranda
Pois a roda está formada
Ô cirandeiro
refrão:
Cirandeiro, cirandeiro ó
A pedra do teu anel
Brilha mais do que o sol



Heróis da Liberdade

Samba, ó samba
Tem a sua primazia
Em gozar de felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos heróis da liberdade

Passava noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia o fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria, com sabedoria
Deu sua decisão
Com flores e alegria
Veio a abolição
A independência Laureando
O seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Essa brisa que a juventude afaga
Essa chama
Que o ódio não apaga pelo universo
É a evolução em sua legítima razão

Samba, ó samba
Tem a sua primazia
Em gozar de felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos heróis da liberdade

Ô, ô, ô, ô
Liberdade senhor!


Perséfone Hades