sábado, 5 de setembro de 2009

Ascendendo

De um tempo fora do tempo

vim em busca de conhecimento

De um espaço fora do espaço

vim em busca de sabedoria

No espaço-tempo encontrei a experiência

Perséfone Hades

Publicado em http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/pagina_textos_autor.php?cdEscritor=1077

domingo, 30 de agosto de 2009

Caminho

fotografia: Caminhos
Alba Luna


Sol vermelho
entardece...
A estrada só
um caminheiro só.
Sombras do caminho
uma árvore
uma pedra
um cupinzeiro...

Entardece
sol vemelho
horizonte...
Ao oeste vou
no oeste findo
em buscas
respiro,
espírito infinito...

Perséfone Hades


sexta-feira, 24 de julho de 2009

29 anos sem Vinícius de Moraes

Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes, ou Vinicius de Moraes, 1913(Gávea-Rio de Janeiro) – 1980(Rio de Janeiro) foi um diplomata, jornalista, poeta e compositor brasileiro.

Teve como principais parceiros em composições Carlos Lyra, Tom Jobim Baden Powell e Toquinho.

Figura ímpar ficou conhecido como o Poetinha, por sua produção essencialmente lírica. Grande conquistador era freqüentador dos bares boêmios do Rio de Janeiro das décadas de 50, 60 e 70.

Cantou as belezas de sua terra, as mulheres como nenhum outro poeta o fez, as alegrias e dores de amores, sempre com conhecimento profundo dos sentimentos humanos.

Vinícius, onde estiver saiba que nós o amamos sempre e esperamos estar contigo aí onde estiveres para mais uma vez nos apaixonarmos a cada verso seu...

Poética


De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

Perséfone Hades com saudades!!!!!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Sermão da Montanha - Parte 9

espirtual1

Vós Sois a Luz do Mundo”

Sabemos, em nossos dias, que a luz cósmica, não focalizada — o “c” da conhecida fórmula einsteiniana, E = mc2 — é a base e, por assim dizer, a matéria-prima de todas as coisas do mundo material e astral. Os elementos da química, desde o mais simples até ao mais complexo, são filhos da luz invisível, a qual quando condensada em diversos graus, produz os elementos, e destes são feitas todas as coisas do mundo.

“Quer dizer que, no plano físico, a luz é a causa e origem de todas as matérias e forças do universo.

“Ora, o que a luz é no plano físico, isto é Deus na ordem metafísica ou espiritual do cosmos. A luz física é o grande símbolo desse simbolizado metafísico.

“A luz é a única coisa incapaz de ser contaminada, porque a sua vibração é máxima, que não é afetada por nenhuma vibração inferior.

“Todas as coisas do mundo são lucigênitas, e sua íntima essência é luz ou lucidez. E tanto mais incontaminável é uma coisa quanto mais lúcida.

“Toda a tarefa da espiritualização do homem consiste em que ele faça a sua existência humana tão pura e luminosa como a sua essência divina — que essencialize toda a sua existência.

“A lucidez ou luminosidade consiste na intensi­dade da nossa consciência divina. No plano da ideologia dualista, em que se move quase toda a teologia e filosofia do ocidente cristão, é difícil o homem convencer-se definitivamente de que a íntima essência do seu próprio ser seja idêntica à essência divina.”

Diz, pois, o divino Mestre:

“Vós sois a luz do mundo... Não pode permanecer oculta uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma lampada e se põe debaixo do alqueire, mas sim sobre o candelabro para que alumie a todos os que estão na casa. Assim brilhe a vossa luz perante os homens para que vejam as vossas boas obras —e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.

“O homem realmente cristificado não deve ocultar-se debaixo do alqueire do anonimato, mas brilhar no candelabro da mais larga publicidade —deve ser até como uma cidade ou um farol no alto de um monte, para que o mundo inteiro veja os fulgores dessa luz e por ela oriente a sua vida.

“É opinião assaz comum entre os inexperientes que o homem espiritual deva evitar a publicidade e procurar o mais possível a obscuridade da solidão e do anonimato, a fim de não perder a sua sacralidade e cair vítima da profanidade. E, de fato, essa solidão e esse anonimato são necessários, embora num sen­tido diferente daquele que os profanos supõem.

O ego físico-mental do homem comum deve desaparecer no anonimato, e o seu Eu divino deve viver em profunda solidão. O homem espiritual deve ser profundamente solitário com Deus, para que possa ser vastamente solidário com todas as creaturas de Deus: assim não há perigo de profanação.

Ai daquele que perder a sua silenciosa sacrali­dade em Deus! De nada lhe servirá a sua ruidosa sociabilidade com os homens e o mundo. A profana sociedade tem de ser fecundada pela mística sacrali­dade para que resulte em fecunda solidariedade.

“Em suas relações com Deus é todo homem profundamente só e solitário; ninguém o pode acom­panhar a essas alturas e profundezas, envoltas em eterno silêncio. Ninguém poderá saber jamais o que se passou entre a alma e Deus, nas silenciosas alturas do Himalaia ou na taciturna vastidão do Saara onde se dá esse encontro entre Deus e a alma humana. A experiência mística se dá para além das barreiras do tempo e do espaço, no anonimato do “terceiro céu”, e por isso é essencialmente intransferível e incomunicável; o que é dito à alma, nessa luminosa escuridão, são “ditos indizíveis”.

“Essa solidão vertical é necessária e não pode jamais ser substituida pela sociedade horizontal. Esse santuário íntimo do homem é indevassável; nem as relações mais íntimas, de pai a filho, de mãe e filha, de esposo a esposa, de amigo a amigo, podem desvendar esse mistério. Onde não existe e persiste essa solidão cósmica, esse profundo silêncio metafísico , esse indevassável anonimato místico entre a alma e Deus, toda a publicidade é um perigo e uma profanação, é uma apostasia e uma infidelidade cometida contra a sacralidade do Eu divino. O homem que não possua suficiente fidelidade a seu Eu divino não deve arriscar-se à publicidade; não deve colocar-se no alto do candelabro ou no cume do monte; é preferível que fique debaixo do alqueire ou no fundo do vale, onde não há perigo de quedas catastróficas. Quanto mais alto o homem está, mais profundamente poderá cair , se essa altura lhe der vertigens.

“O perigo da vertigem vem da ilusão de que essa sublime posição seja obra do seu ego personal, vem do erro fatal de que a pessoa humana tenha creado essa glória no alto do candelabro ou no cume do monte.

“Duas vezes, diz um grande iniciado oriental, Brahman se sorri do homem, da primeira vez quando o homem afirma: “Eu faço isto, eu faço aquilo”, e da segunda vez quando o homem diz: “Eu vou morrer”.

“Ambas às vezes o homem confunde o seu verdadeiro Eu com o seu pseudo-eu. Quando o homem pensa que é ele — seu ego personal — que fez isto ou aquilo, e não o “pai dos céus” — o seu Eu divino; quando o homem pensa que o seu eterno e imortal Eu divino vai morrer — então se revela totalmente analfabeto no conhecimento de si mesmo.

“Onde há ilusão há possibilidade de queda. Só quando a totalidade da ilusão cedeu à totalidade da verdade é que há segurança absoluta.

“Tem-se dito que a experiência mística torna o homem orgulhoso e desprezador de seus semelhantes, os “profanos” lá embaixo. Quem assim pensa e fala não sabe o que quer dizer experiência mística. Esse orgulho é possível no caso da pseudomística, quando o homem atribui a sua espiritualidade ao mérito de seu ego personal, ignorando que “todo o dom perfeito vem de cima, do Pai das luzes”, e que a iluminação espiritual é obra da graça divina. Mas, ninguém pode orgulhar-se daquilo que é de Deus, só se pode envaidecer de algo que seja do seu ego.

“Um jovem ocultista britânico perguntou a um grande místico da Índia se achava que ele, o ocultista, poderia, um dia, chegar a fazer as “obras de poder”, chamadas “milagres”, que Jesus fazia; ao que o iniciado lhe respondeu calmamente: “Pode, sim, contanto que você não creia que é você que fez essas obras.”

“Quem atribui a seu pequeno ego humano qualquer obra espiritual está no erro; o erro gera o orgulho, e o orgulho prepara a queda. Mas quem compreendeu definitivamente que nenhum efeito espiritual pode provir de uma causa material ou mental, esse está na verdade, e a verdade o libertará de qualquer ilusão e perigo de queda.

“Quando Jesus diz a seus discípulos que devem colocar a sua luz no candelabro ou no alto do monte supõe ele que esses homens possam ultrapassar o estágio da Ilusão sobre si mesmos e adquirir plena clareza e certeza sobre a causa real de todos os efeitos espirituais.

“Não existe, no mundo físico, nenhum elemento incontaminável exceto a luz. Todas as outras coisas aceitam impureza.

“É esta, sem dúvida a mais pura glória do homem crístíco, poder ser puro no meio dos impuros e das impurezas em derredor; purificar as impurezas sem se contaminar com essas impurezas É o máximo de invulnerabilidade.

“Nenhum homem purificado pelo conhecimento da verdade sobre si mesmo se sente ofendido por atos, palavras ou opiniões injustas dos outros, porque sabe que essas ofensas não atingem o seu verdadeiro Eu divino, senão apenas o seu falso eu humano.

“Esta luz divina que em mim está deve ser colo­cada no candelabro como uma lâmpada, no alto do monte como um farol. Quem é remido do seu falso eu pode ajudar outros para se redimirem também. Por isso, deve ele fazer brilhar a sua luz, porque essa luz é a luz de Deus que brilha através do homem, como através de um límpido cristal, no caso que o homem renuncie à opacidade do seu egoísmo e aceite a transparência do amor.”

Huberto Rohden

Para aqueles que queiram ler os textos integrais recomendamos o link: http://www.esnips.com/doc/6fda8dc4-a4e1-48a3-87ae-8085b9eb532a/Huberto%20Rohden%20%3E%20O%20Serm%E3o%20da%20Montanha%20-%20Huberto%20Rohden

Perséfone Hades

E que Haja LUZ!!!!

 

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Sermão da Montanha - Parte 8

“Bem-Aventurados os que Sofrem Perseguição por Causa da Justiça”

“Justiça” significa a atitude justa e reta do homem para com Deus. O homem “justo”, nos livros sacros, é o homem santo, o homem crístico, o homem que realizou em alto grau o seu Eu divino pela experiência mística manifestada na ética. O homem “justo” é o homem que se guia, invariavelmente, pelos dois grandes mandamentos, o amor de Deus e a caridade do próximo.

“Mas, será possível que alguém sofra perseguição por causa dessa justiça, por causa da sua santidade?

“O Evangelho de Jesus está repleto de afirmações dessa natureza, e a experiência multissecular o con­firma. “Por causa do meu nome sereis odiados de todos, e chegará a hora em que todo aquele que vos matar julgará prestar um serviço a Deus. “Arrastar-­vos-ão perante reis e governadores e sinagogas; mas não vos perturbeis! Porque o servo não está acima de seu senhor; se a mim perseguiram também vos hão de perseguir a vós. “Os inimigos do homem são os seus companheiros de casa.”

“Estamos habituados a pensar e a dizer que esses perseguidores dos justos são homens maus, perversos, de má-fé; e, de fato, assim acontece muitas vezes. Entretanto, as mais cruéis perseguições que a história humana conhece foram perpetradas por homens sinceros e subjetivamente bons, em nome da verdade e do bem, em nome de Deus e do Cristo. Sobretudo as igrejas e sociedades religiosas organi­zadas têm empreendido, e empreendem ainda, cruzadas e “guerras santas”, trucidando infiéis, queimando hereges, torturando homens de elevada espirituali­dade, excomungando como apóstatas e perversos muitos dos homens mais puros e santos que o mundo conhece. A maior parte desses perseguidores não tem má intenção nem consciência pecadora; agem por um sentimento de dever.

“Há duas razões fundamentais por que o homem justo é perseguido por outros homens individuais ou por sociedades humanas.

“1 — Um indivíduo persegue outro indivíduo, não só porque este seja mau, mas, também, pelo fato de ser bom.

“Por quê?

“Porque o homem justo aparece como elemento hostil a outro homem menos justo. A simples presença de um homem mais santo do que eu é, para mim, uma declaração de guerra, ou, pelo menos, uma permanente ofensa. O homem espiritual, pelo simples fato de existir, diz silenciosamente a outros: “Vós devíeis ser como eu, mas não sois, e isto é culpa vossa”. Nenhum homem espiritual, é claro, diz isto; mas os profanos interpretam deste modo a presença do homem justo, e atribuem a este a ingrata censura. Ora, ninguém tolera, por largo tempo, a consciência da sua inferioridade. Enquanto não aparece outro homem de elevada espiritualidade, pode o homem menos espiritual viver tranqüilo na sua inferiorida­de, porque esta não é nitidamente percebida senão quando polarizada pelo contrário ou por uma espiritualidade superior. Quando o homem pouco espiritual encontra outro ainda menos espiritual, sente-se ele relativamente seguro do seu plano, e tem mesmo a tendência instintiva de fechar os olhos para as virtudes do outro, a fim de poder brilhar mais intensamente, ele só, como aquele fariseu, no templo em face do publicano. E que o homem profano mede o seu valor pelo relativo desvalor dos outros. Quando então a sua luz é, ou parece ser, mais forte que as luzes dos outros, o homem profano ou de escassa espiritualidade experimenta um senso de segurança e tranqüilidade; não tem remorsos da sua pouca espiritualidade nem se julga obrigado a um esforço especial para subir. Entre cegos, diz o provérbio, quem tem um olho é rei.

“Mas ai desse homem complacentemente satisfeito consigo mesmo, se lhe aparecer alguém de maior espiritualidade! Logo começa ele a sentir-se inseguro e inquieto. Em face dessa inquietação, duas atitudes seriam possíveis: a) o vivo desejo de ser tão espiritual como o outro e o esforço correspondente a esse desejo; b) uma atitude de despeito e agressividade.

“A primeira atitude é a dos homens humildes e sinceros; a segunda é a dos homens orgulhosos e insinceros consigo mesmos. Os primeiros se tornam discípulos do homem espiritual, os últimos se tornam seus adversários.

“É doloroso para um pigmeu ver-se eclipsado por um gigante. É desagradável para um impuro ter a seu lado um homem puro. Se o pigmeu não sente em si a capacidade de crescer; se o impuro não dispõe da força de se tornar puro, declarará guerra ao gigante e ao puro.”

“2 — No terreno social das organizações eclesi­ásticas acresce ao primeiro, outro fator, aparentemente mais justificável: o homem altamente espiritualizado é sempre uma espécie de exceção da regra, é um pioneiro que abandonou as velhas estradas conhecidas e batidas pela turbamulta dos crentes e rasga caminhos novos, “por mares nunca dantes navegados”, por ignotas florestas, por ínvios desertos que poucos conhecem. Esse homem ultrapassa, quase sempre, os caminhos tradicionais do passado, e até do presente, e abre novas rotas para o futuro. Toda e qualquer inovação, por mais verdadeira, é, no principio, considerada como erro, e até como perigo social.

“De maneira que o fator “massa” e o fator “tradição” nos dão uma espécie de segurança e firmeza, no meio da insegurança e incerteza que, naturalmente, experimentamos por entre as trevas ou penumbras da vida espiritual. E isto nos faz bem.

“Por isso , as sociedades religiosas organizadas, que contam sempre com o fator massa e tradição, dão grito de alerta e de alarme, e previnem seus filhos contra o perigoso inovador, o herege, o demo­lidor, o apóstata. Quando as sociedades religiosas possuem suficiente poder físico, eliminam do número dos vivos o perigoso demolidor das tradições, e isto “pela maior glória de Deus e salvação das almas”. Quando não possuem esse poder, procuram neutra­lizar a ação do herege matando-o moralmente, isolando-o por meio de campanhas sistemáticas de difamação e calúnia. E como, segundo eles, o fim justifica os meios, e como o fim é (ou parece ser) bom, todos os meios são considerados lícitos e bons, mesmo os maiores atentados à verdade, à justiça, à caridade.

“Donde se segue que o homem espiritual vive em uma relativa solidão. A massa não simpatiza com ele se não lhe é positivamente antipático, mantém pelo menos uma atitude de apatia e desconfiança em face dele.

“Para o homem espiritual, porém, o fator “massa” é sobejamente compensado pelo fator “elite” ou mesmo pelo simples testemunho da sua consciência em plena solidão.

“Existe, aqui na terra, e por toda a parte, a “comunhão dos santos”, isto é, a misteriosa união de todos os que conhecem e amam a Deus, a fra­ternidade branca dos irmãos anônimos formada pelos solitários pioneiros do Infinito. E eles sabem quE é profundamente verdadeiro o que o grande Mestre disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles”. Dois ou três — porque nunca serão muitos no mesmo lugar e tempo, os homens cristificados. E mesmo que sejam mais, nunca deixará de imperar a misteriosa lei da polaridade ou da trindade; dentro de um grupo maior haverá sempre essa constelação interna de dois ou três. A grande experiência crística circulará sempre entre dois ou três, e só mediante essa pequena constelação é que ela se comunicará ao resto do céu estrelado e às galáxias do universo espiritual.”

Huberto Rohden

Para aqueles que queiram ler os textos integrais recomendamos o link: http://www.esnips.com/doc/6fda8dc4-a4e1-48a3-87ae-8085b9eb532a/Huberto%20Rohden%20%3E%20O%20Serm%E3o%20da%20Montanha%20-%20Huberto%20Rohden

Perséfone Hades

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