Bem-Aventurados os Misericordiosos”
“Misericordioso é aquele que tem coração para os míseros; aquele que compreende e ama os fracos, os ignorantes, os doentes, todos os necessitados de corpo, mente e alma, e procura aliviar-lhes os sofrimentos.
“O homem meramente profano é ruidosamente , o homem místico é silenciosamente solitário. Mas o homem plenamente crístico é dinamicamente solidário.
“Essa solidariedade dinâmica do homem cristificado não exclui, mas inclui a solidão espiritual do místico. O homem crístico é, por dentro, unicamente de Deus, e, por fora, de todas as creaturas de Deus.
“Quanto mais o homem dá, na horizontal, tanto mais recebe, na vertical. Existe uma lei cósmica que produz infalívelmente o enriquecimento do homem que em si mantém, permanentemente, uma atitude doadora, que está sempre disposto a dar do que tem e a dar o que é, isto é, ajudar a seus semelhantes com os objetos que possui e com o amor do próprio sujeito que ele é. Não basta “fazer o bem” (dar objetos) — é necessário também “ser bom” (dar o sujeito).
“Pode alguém fazer o bem sem ser bom, porque esse ‘bem” é apenas um objeto — mas ninguém pode ser bom sem fazer o bem, porque esse “ser bom” é o próprio sujeito, que, como o próprio vocábulo diz, “subjaz” (jaz por debaixo) como causa a todos os efeitos, que “objazem” (jazem defronte ou de fora). Não são os efeitos que produzem a causa, mas é a causa que produz os efeitos; não são os objetos, o “fazer bem”, que produzem o sujeito, o “ser bom”, mas sim vice-versa, o “ser bom” produz o “fazer bem”.
“Por isso, os misericordiosos que Jesus proclama bem-aventurados não são apenas pessoas eticamente boas, fazedoras do bem — mas são pessoas misticamente perfeitas, experientes de Deus, e, por isto, essencialmente boas.
“Esses homens essencialmente perfeitos pelo imediato contato com Deus são, também, existencialmente bons pela solidariedade com todas as creaturas de Deus. Quem viveu misticamente o Deus do mundo, vive eticamente com todo o mundo de Deus, porquanto a profunda vertical da mística produz necessariamente a vasta horizontal da ética — é esta a grandiosa matemática cósmica da Verdade Libertadora.
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” Esses misericordiosos receberão misericórdia, não dos homens, mas de Deus. A misericórdia que eles fazem a seus semelhantes não é causa, mas condição para que recebam misericórdia de Deus, porque ninguém pode merecer causalmente uma dádiva divina; tudo que é espiritual e divino é essencialmente gratuito, é de graça, porque é graça; é, todavia, necessário que o homem crie dentro de si o clima propício para que essa dádiva gratuita lhe possa ser concedida; esse clima propício, ou essa receptividade, é que é a condição, que em hipótese alguma é causa.
Quem espera recompensa, pagamento, pelos benefícios que presta à humanidade é egoísta, mercenário, ainda que essa recompensa consista apenas no desejo de reconhecimento ou gratidão da parte de seus beneficiados. Esse desejo não deixa de ser egoísta e mercenário e tolhe ao homem a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”, tornando-o escravo e prisioneiro de uma prisão muito perigosa, porque sumamente sutil e, aparentemente, justificada, como é o desejo de gratidão. O beneficiado, é certo, tem a obrigação de ser grato, mas o benfeitor não tem o direito de esperar gratidão. Com esse desejo, por mais secreto e bem camuflado, ele inutilizaria a sua ação e tolheria a si mesmo a liberdade.
“O homem crístico está liberto de qualquer espírito mercenário; trabalha inteiramente de graça, nem espera resultado algum externo de seus trabalhos. Trabalha por amor à sua grande missão, pois sabe que é embaixador plenipotenciário de Deus aqui na terra e em outros mundos. E é por isso, que ele trabalha com o máximo de perfeição e alegria em tudo, tanto nas coisas grandes como nas coisas pequenas. Nunca trabalha para ter público que o aplauda. Por isso, não o exaltam louvores, nem o deprimem censuras; é indiferente a vivas e a vaias, a aplausos e a apupos, a benquerenças e malquerenças, porque se libertou definitivamente de todas as escravidões do homem profano, do “homem velho”, e se revestiu da leve e luminosa vestimenta do “homem novo” liberto pela Verdade.
“Esse homem vive permanentemente na atmosfera serena e sorridente da “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”, cujo diploma crístico vem resumido nas seguintes palavras: “Quando tiverdes feito tudo o que devíeis fazer, dizei: “Somos servos inúteis, cumprimos apenas a nossa obrigação, nenhuma recompensa merecemos por isto”...
“São estes os misericordiosos que alcançarão misericórdia — esses bem-aventurados...”
Para aqueles que queiram ler os textos integrais recomendamos o link: http://www.esnips.com/doc/6fda8dc4-a4e1-48a3-87ae-8085b9eb532a/Huberto%20Rohden%20%3E%20O%20Serm%E3o%20da%20Montanha%20-%20Huberto%20Rohden
Hoje estive nus outros seus blogs, gostei muito deles sobre tudo da poesias.Temos nu mundo muitas pessoas con creatividade,sensivels e especiais.
ResponderExcluirMuitos bejos, continua täo gerosa.
um beijo
Bom navegar por aqui e ler coias belas...
ResponderExcluirLindo seu flog...
Uma bela tarde!!!
BJKS...
Chrys
;)
lendo lendo e nao paro de ler....
ResponderExcluirbjao
Sei la como,já que não acredito em coincidências(deve haver uma razão),vim parar por aqui,aqui fui lendo ,ficando e ficando e não parei de me encantar e aprender.
ResponderExcluirBuscadora de mim que sou,pretendo voltar.
grata por tanto conteudo
Denise