quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Sermão da Montanha - Parte 2

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“Bem-Aventurados os Puros de Coração”

“Puro de coração é aquele que se libertou, não só dos objetos externos, mas, também, do sujeito interno, isto é, daquilo que ele idolatrava como sendo o seu sujeito, o seu eu, embora fosse apenas o seu pseudo-eu, o seu pequeno ego físico-mental.

“De maneira que ser puro de coração é ainda mais glorioso do que ser pobre pelo espírito; ser interiormente livre da obsessão do ego vivo é mais do que ser livre da escravidão da matéria morta.

“...Enquanto o pequeno eu não tiver em si suficiente segurança interna, necessita de buscar seguranças em fatores externos; mas a segurança interna torna supérflua as seguranças externas; o pequeno eu fez tantos ‘seguros de vida’ porque não possui segurança. Age sob o impulso da lei da compensação.

“...Ninguém pode ver claramente o Deus transcendente do universo de fora antes de ver nitidamente o Deus imanente do universo de dentro.

“Nas letras sacras — como também nos escritos de Mahatma Gandhi — “impureza” quer dizer egoísmo, e “pureza” significa o oposto, que é o amor universal a solidariedade cósmica.

“Enquanto o homem não ultrapassar as estreitas barreiras do seu ego personal, está com os olhos vendados, separados de Deus por uma camada impermeável à luz, que é a impureza do coração. Por mais que um ególatra ouça falar em Deus, nada compreende, porque com­preender supõe ser. Ninguém pode compreender senão aquilo que ele vive ou é no seu íntimo ser. Entender é um ato mental, mas compreender é uma atitude vital; entender mentalmente é uma função parcial, unilateral do nosso ego humano — compreender é uma vivência total, unilateral, do nosso Eu divino. Quem não é divino não pode saber o que é Deus. O egoísta é antidivino, e por isso não pode compreender o que é divino, não pode ver a Deus, antes de adquirir “pureza de coração”.

“Ver a Deus” “ver o reino de Deus”, são ex­pressões típicas que Jesus usa para designar a experiência direta da Realidade eterna, o contato íntimo com ela. Outros crêem em Deus — mas só o puro de coração vê a Deus. O simples crer, embora necessário como estágio preliminar, não é suficiente para a definitiva redenção do homem, que consiste na vidência ou visão de Deus."

*

“Se é difícil a “pobreza pelo espírito”, muito mais difícil é a “pureza do coração”. O desapego dos bens externos é o abandono de algo que não fez, nem jamais poderá fazer parte integrante do homem algo que nunca foi nem pode ser realmente “seu” - ao passo que o ego personal faz parte integrante do homem, é “seu”, embora não seja ele mesmo; e por isso a renúncia à sua personalidade físico-mental em prol da sua individualidade espiritual é, incom­paravelmente, mais difícil do que a renúncia à cobiça dos bens externos. Parece ser uma morte para o homem que ainda não descobriu o seu eterno Eu. Mas essa morte é indispensável para a ressurreição. A coragem de arriscar ou não arriscar esse salto mortal do ego humano para o Eu divino é que divide a humanidade em dois campos: em profanos e iniciados, nos de fora e nos de dentro, em cegos e videntes, em inexperientes e experientes, em insipi­entes e em sapientes. É necessário que o homem sofra tudo isso para, assim, entrar em sua glória..."

*

“O despertar dessa nova vidência, que existe, dormente, em cada um de nós, requer exercício in­tenso, assíduo e prolongado, porque o homem tem de superar barreiras já estabilizadas há séculos e milênios...

“Esse exercício diário é vital consiste, principal­mente, em uma permanente atitude interna de querer servir, servir espontânea e gratuitamente a todos. Esse clima de querer servir, espontânea e gratuitamente, remove os obstáculos que existem entre nós e o Todo (Deus), porque diminui gradualmente o egoís­mo unilateral e exclusivista e aumenta a solidariedade inclusivista, que uns chamam altruísmo, outros amor, outros ainda benevolência universal. Com essas práticas diárias, a muralha opaca que se ergue entre nós e Deus se torna cada vez mais transparente, permitindo-nos a visão da grande Luz.”

Huberto Rohden

Para aqueles que queiram ler os textos integrais recomendamos o link: http://www.esnips.com/doc/6fda8dc4-a4e1-48a3-87ae-8085b9eb532a/Huberto%20Rohden%20%3E%20O%20Serm%E3o%20da%20Montanha%20-%20Huberto%20Rohden

5 comentários:

  1. Perséfone
    Bonito recordarmos a juventude mesmo que a saudade bata no nosso coração...
    beijos

    +

    gostei do seu texto.
    Deus é a nossa mola da vida...
    Um beijo

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  2. A pureza é muito dificil de recomponer uma vez ten sido estragada, nem siquera os meninos, hoje ,tem pureza, porque os adultos destroçam ela.
    É verdade que as coisas materiales
    atrapalhan os sentidos, näo podemos prescindir totalmente delas,porque precisamos alimentar tambem a materia do nosso corpo.
    Embora si podemos viver sem tanto egoismo,pra que tudos tenhan o mais basico.

    E muito bonm esse pensamento que você escriveu.

    Beijos amiga.

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  3. Iniciei a leitura...
    Mas vou imprimir para ler com tranquilidade em casa.
    Adoro leituras assim...
    Trazem mais calma ao meu interior!
    Desejo para você um belo fim de semana
    Um beijo e muito carinho

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  4. Uma grande reflexao a pessoa .....
    sempre sao validos pq muitas vezes precisamos de uma palavra assim....

    parabenss

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  5. não é a toa q é o sermão mais conhecido da história... o q se pode tirar dele é um ensinamento para toda uma vida.

    tem selo pra vc no blog =]


    www.thiagogaru.blogspot.com

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Obrigada por sua visita, é muito estimulante que meus textos estejam sendo apreciados pelas pessoas, acho que esta é a realização de todo autor.
Beijos no coração de todos e LUZ sempre...
Perséfone